Caboclinhas da Barra do Camaragibe-AL

Essa é uma das últimas duas Caboclinhas do Estado de Alagoas, que temos conhecimento. Essa tradição surge segundo pesquisadores como modificações de grupos de “Maracatus” do sul de Pernambuco, que migram no final do século XIX para o Norte de Alagoas. Esses “Maracatus” não tiveram nada haver com os Maracatus Nação de Recife e região. Desse mesmo universo cultural existem o Samba de Matuto, que pode ser o grupo “mais próximo desse Maracatu do sul de Pernambuco”, as Baianas e as Cambindas. Todas essas tradições tem características que os apriximam, os cordões de Baianas, Cambindas ou Caboclas, a tradição de “tirar peças”, que é improvisar textos em cima de melodias tradicionais, as danças e universo simbólico. Em Barra do Camararige-AL, o mesmo grupo de mulheres além de brincarem as Caboclinhas brincam de Baianas também, os dois grupos coordenados por Dona Mira. Esperamos que os mais jovens possam se interessar, pois todas estas tradições passam por momentos delicados, para continuarem existindo precisam da aceitação dos jovens e se isso não acontecer, em pouco tempo deixarão de existir, além claro do total esquecimento do poder público, com rarissimas exceções.

2 respostas para “Caboclinhas da Barra do Camaragibe-AL”

  1. Muito bom as misturas culturais de cada região.
    Só senti falta de algo interessante que temos no RN – o boi de reis do mestre Manoel Marinheiro e do trabalho do mamulengueiro Chico Antônio. Ambos falecidos, mas deixaram um legado grande na região potiguar.

  2. Só uma correção, a cidade a que pertence a dança chama-se Passo de Camaragibe, e Barra de Camaragibe é um povoado dessa cidade. Quanto ao texto escrito a cima, o grande problema de os poucos grupos de folguedos desaparecerem infelizmente, é justamente dos representantes políticos, dos próprios prefeitos eleitos nestas cidades. Pois o incentivo deve começar na própria cidade. Existem secretarias de cultura para sugar o dinheiro público, nunca funcionam e os grupos por mais vontade que tenham de se manterem e que seus filhos e netos deem continuidade não conseguirão, primeiro que o financeiro deles não permitem e segundo que eles não são valorizados, e os jovens sentem vergonha até de olhar, as crianças não veem, também não gostam, e como todos morrem, vão morrendo e ficando um vazio, pois ninguém quer mais preencher aquela vaga. Infelizmente falta de incentivo, esquecimento do que foi um dia. Restará apenas nos escritos históricos.

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